9.3.2016
Na última semana de fevereiro, os alunos do primeiro ano de Design fecharam o semestre, relativo ao calendário letivo de 2015, com uma série de trabalhos práticos, entre eles as tradicionais luminárias. Sob o viés interdisciplinar, envolvendo as matérias de Plástica II, Geometria e Desenho, as equipes tinham a tarefa de desenvolver uma linha abrangendo luminárias de teto, chão, mesa e de parede, por meio de conceitos diversos.
Luminária de mesa da linha WABISAB: perfeição na imperfeição (Foto: Anelise Dalberto)[/caption]
Confira alguns detalhes e os conceitos apresentados pelas equipes.
WABISABI - “Wabisabi (Wabi=quietude e Sabi=simplicidade) é uma filosofia originada da cerimônia do chá. É a perfeição na imperfeição, é olhar tudo que for considerado imperfeito e encontrar a perfeição e aceitar tudo na natureza como ela é. As luminárias Wabisabi apresentam formas geométricas e perfeitas à primeira vista. Porém as formas fora do padrão são valorizadas pela luz. Por volta do século XV um jovem chamado Sen No Rikyu buscava aprender os complexos rituais da cerimônia do chá. Procurou então o mestre Takeno Joo, que para testá-lo pediu para varrer o jardim. Rikyu então limpou perfeitamente, porém antes de mostrar ao mestre, sacudiu levemente um pé de cerejeira e fez as pétalas das flores espalharem no chão, ato que normalmente seria considerado como sujar o chão. Porém, o mestre impressionado com a beleza do jardim o aprovou. A estrutura cilíndrica de arame grosso foi soldada em metalurgia, limpada com solvente, revestida com triângulos cortados de uma chapa de poliestireno que foram lixados para um melhor acabamento. Esses triângulos foram perfurados nas extremidades com alfinete aquecido e montados através de amarras de nylon, que foram queimadas nas pontas. As formas triangulares são um pouco menores que a área vazia formada pelo arame, possibilitando que a luz valorize a estrutura”. (Karina N. N; Letícia Y.Y; Rosana M. M) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
TRANSIÇÕES - “As luminárias têm como características em comum o trapézio, resultado da desconstrução formal da ampulheta. O uso do MDF remete ao material das estruturas de ampulhetas antigas e que ainda são fabricadas. A linha tem variação das cores do céu para estimular a percepção de passagem do tempo. O movimento do tecido apresenta o tempo humano como algo mutável e sujeito à constantes modificações”. (Jaini, Letícia Costa, Lorena, Paula) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
STORMTROOPER - “Linha de luminárias baseada em Star Wars, contém um conceito de futurismo em que apresenta formas geométricas. As luminárias demonstram robustez, sofisticação e unidade. Cada luminária apresenta uma característica diferente, contendo assim traços das tropas. Os materiais utilizados foram policloreto de vinila (PVC) e polimetil-metacrilato (acrílico). Com pinturas brancas e detalhes preto fosco aderindo às características das tropas. Através de pesquisas sobre os Stormtroopers foi utilizado como base a armadura em virtude das cores, material e detalhes específicos”. (Guilherme Veronez, Lucas Shinde, Rafael Pio) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
SCARed - “A linha de luminárias SCARed busca retratar as fases de uma pele que sofre as consequências de uma dor psicológica. Essa dor, quando insuportável, acaba escapando pelas feridas feitas pelo próprio indivíduo. O conceito de escapismo é representado pela luz que passa pelo tecido, e representa a esperança que se tenta alcançar através dos cortes. No início temos a pressão causada por variados fatores sociais e psicológicos que enfraquecem a mente e são refletidos na pele sã. Em seguida, toda essa dor psicológica é convertida em dor física: os cortes aparecem e tentam ser escondidos. Com atenção e cuidado é possível começar a reverte o quadro e iniciar a cura da mente, trazendo naturalmente o fechamento das feridas. Apele que não sofre mais, ao fim de tudo, aparece totalmente fechada, porém as marcas de um sofrimento tão profudndo continuam no tecido em forma de cicatrizes, mostrando que as mesmas podem ser belas, acima de tudo por representarem a vitória de uma luta difícil onde o inimigo é a própria vítima. Todas as luminárias possuem em comum o tecido preto simbolizando a pele e a luz de esperança que escapa, de alguma maneira, por este tecido.” (Arthur Henrique Ferreira Martins, Bruno Oliveira Marrega, João Pedro Vetrone Francisco Florindo e Rita de Cássia Yumi Mitushasi) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
LIBERDADE E APRISIONAMENTO - " A linha de luminárias Liberdade e Aprisionamento tem como conceito o surrealismo. Traz como tema a “Alegoria da Caverna” de Platão. Cada luminária mostra uma crítica social, que se encontra aprisionada a uma gaiola, como na história de Platão na qual o ser humano é prisioneiro de seus atos e daquilo que lhe é transmitido na socialização. O ser humano recebe ideias sem análises racionais e as transforma em hábitos mentais (tomando-as como verdades), embora elas sejam apenas sombras da realidade. Enquanto o homem se mantiver prisioneiro da sociedade e subestimar a sua capacidade intelectual, ele não sairá do campo sensorial e assim não encontrará sua liberdade". (André do Nascimento Makoski, Isadora R. Nogueira Drummond, Maria Amélia Filiar de Oliveira e Lohane Corrêa Aguiar) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
SEA WAVES - " O projeto Sea Waves utilizou de formas onduladas e espaços vazados, inspirado na ideia de fluidez da água, fazendo uso da forma orgânica remetendo ao movimento das ondas. Os corais são conhecidos pela sua capacidade de transformar a energia luminosa em energia química (fotossíntese) através de uma relação simbiótica entre os corais e as algas que habitam no seu entorno. Essas algas, no período noturno, possuem capacidade de bioluminescência que gera energia luminosa a partir de reações químicas. Inspirado nos corais e em sua capacidade luminosa foi desenvolvido um conjunto de luminária composto por 4 peças. O diferencial da linha fica por conta do estilo contemporâneo, do foco de luz que reflete toda a forma orgânica, ideal para criar uma atmosfera relaxante na iluminação de ambientes". (Izabella Fabris, Letícia Sakai, Pietro Verona, Taiely Liexilei) (Fotos: Anelise Dalberto)[/caption]
[ Criadores e criaturas ao final das apresentações… (Foto: Anelise Dalberto)[/caption]